Nada parece ter dado certo para o Seattle Seahawks no último domingo. Após começo fulminante na temporada com recorde de 5-1, a equipe de Pete Carroll recebeu o Baltimore Ravens no CenturyLink FIeld e perdeu por 30 a 16.
A segunda derrota dos Seahawks na temporada acontece pela segunda vez dentro de casa, mas com um fator diferente em relação ao revés contra o New Orleans Saints na semana 3: Russell Wilson jogou mal.
Após seis partidas irreparáveis e no nível de MVP da liga, o camisa 3 teve sua primeira performance abaixo da crítica na temporada, lançando sua primeira interceptação (e pick six) do ano e não conseguindo guiar Seattle à vitória.
Mas seria muito simplório e injusto colocar a culpa da derrota apenas nas costas do quarterback; se Wilson falhou, nada ao seu lado conseguiu ajudar, em especial os técnicos na beira do campo.
Marlon Humphrey scoops up the fumble and SCORES! #BALvsSEA @marlon_humphrey
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O conservadorismo e a falta de confiança de Pete Carroll no seu QB e no ataque foram postos em evidência mais uma vez, assim como a dificuldade do grupo ofensivo de criar quando Wilson não é genial e tira jogadas improváveis da cartola. Foram 241 jardas aéreas passadas e 106 corridas, com dois turnovers e apenas um TD anotado.
Lamar Jackson is playing at a different speed 🔥 @lj_era8 #BALvsSEA
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No outro lado, a defesa também foi mal e não conseguiu parar o QB de Baltimore Lamar Jackson, principal destaque de jogo, que avançou com as próprias pernas para conseguir first downs decisivos e vencer o confronto. Foram 199 jardas corridas, sendo 116 pelo próprio Jackson.
Apesar de decepcionante, a derrota não é o fim do mundo para Seattle. A equipe segue em segundo na divisão com 5-2 e atualmente com uma das vagas para wildcard da pós-temporada. O calendário dos Seahawks fica mais fácil nas próximas semanas, quando o time da Emerald City enfrenta o Atlanta Falcons sem Matt Ryan, fora, e recebe o Tampa Bay Buccaneers.
Pete Carroll e o conservadorismo excessivo
Pete Carroll nunca foi um dos técnicos mais agressivos e revolucionários da NFL e da NCAA. Seu maior traço de ousadia sempre foi mais ligado à relação com jogadores e a cultura estabelecida fora de campo, do que propriamente ao plano de jogo desenvolvidos para os sábados e domingos.
Mesmo assim, a coisa parece ter se intensificado do ano passado para cá, com o treinador mais velho da liga mostrando uma precaução descabida, que soa por vezes mais como falta de confiança em seus comandados do que uma estratégia em si.

Para quem acompanha com mais atenção, situações de conservadorismo extremo, que sub-utilizam o potencial dos jogadores e atrapalham Seattle nas chances de vitória, acontecem quase toda semana desde o início da temporada 2018; mas sempre ficam em maior evidência e irritam mais quando o time perde.
No último domingo, o HC preferiu tentar um field goal de 53 jardas com Jason Meyers na chuva e vento do outono de Seattle, do que tentar uma 4ª para 3 com seu QB que está na corrida para MVP. Não só o kicker errou o chute, como na drive seguinte de Baltimore, os Ravens anotaram o TD que virou o jogo indo para uma 4ª descida curta.
Lamar Jackson takes it himself on 4th and 2!@Ravens take the lead in Seattle. #BALvsSEA @lj_era8
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Carroll é o treinador mais importante da história da franquia e um nome que sempre será lembrado com carinho, mas se continuar com essa precaução exagerada, ficará sempre a impressão de que o time podia mais, mas ele não conseguiu tirar tudo.
Russell mal na chuva
Assim como não é novidade Carroll apostar muito pouco, também não é novidade Wilson ir mal em um jogo chuvoso no CenturyLink Field. Acontece toda temporada e as vezes o time consegue sobreviver e ganhar de qualquer forma, mas em outras, quando todo o resto está mal, Seattle sofre uma derrota frustrante.
A semana sete foi a da vez em 2019 e esperamos que a única. De qualquer forma, realmente Russell teve muita dificuldade durante todo o jogo, lutando contra a pressão do pass rush de Baltimore e com mais dificuldade que o normal para achar recebedores.
O camisa 3 terminou o jogo com 48,8% dos passes completados, de longe a pior marca do ano, para 241 jardas, rating de 65.2 e QBR de 57.8. A atuação não é tão ruim quanto as estatísticas parecem se levado em consideração que a porcentagem esperada de passes completos era de 50.9% pela Next Gen Stats, pouco acima do que aconteceu no jogo.
In his first game with the @Ravens…
A 67-yard PICK-6 for @MarcusPeters! 💯 #BALvsSEA
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O que não é perdoável é a primeira interceptação de Wilson na temporada, após leitura completamente precipitada. Russell não estava tão pressionado na jogada, tinha um recebedor livre, errou feio e acabou gerando uma pick 6 que mudou o clima do jogo e influenciou muito na derrota.
Pass Rush ainda não existe
No lado defensivo, já passamos da semana 7 e o pass rush de Seattle ainda não existe. Tudo bem que Ansah e Clowney são novos no time e precisam se adaptar, mas enquanto o primeiro segue atrapalhado pelos problemas físicos, o segundo ainda não jogou igual seus melhores momentos no Houston Texans. O problema é que já estamos praticamente no meio da temporada.
Jaraan Reed voltou de suspensão e fez seu primeiro jogo do ano domingo, mas ainda não foi um fator. A melhora defensiva de Seattle passa invariavelmente pela melhoria da linha defensiva, em especial de sua capacidade de pressionar o quarterback adversário, ainda mais enfrentando grandes equipes com QB’s medianos e fracos.
Sem pass rush, os linebackers acabam sobrecarregados em rotas de média distância de tight ends e slot receivers no meio do campo e terminam cedendo passes importantes, como vem acontecendo já ao longo das semanas. Isso sem falar na dificuldade de Mychal Kendricks de tacklear, chegando a 13 tackles perdidos após a derrota para os Ravens, líder da equipe disparado no quesito.